Quando pensamos em um casamento, logo nos vem à cabeça a noiva de vestido branco. Mas a capitã Raíssa Helena Amorim, de 30 anos, inovou e entrou na igreja na última quarta-feira (13) de véu, grinalda e farda de gala da Polícia Militar de Mato Grosso.
Nascida em São Paulo (SP), mas criada em Mato Grosso desde pequena, logo que entrou na instituição, em fevereiro de 2009, Raíssa já decidiu que se casaria vestida com a farda da PMMT. A decisão ficou ainda mais fácil depois que conheceu o noivo, o diretor financeiro Matheus André de Campos Borges, 25 anos, que apoiou a ideia mesmo não sendo da área militar.
“Meu marido é diretor financeiro de uma startup que mexe com tecnologia para agricultura, então ele está bem distante do universo militar, mas ele é totalmente apoiador das coisas que eu faço e admirador da minha profissão”, disse a capitã.
Com o apoio do noivo, Raíssa começou a pesquisar sobre mulheres militares casando fardadas, mas não encontrou ninguém. Ela acredita ter sido a primeira oficial de Mato Grosso a entrar no casamento com a farda de gala, que não pode ser mudada, precisa ser usada exatamente como a original.
Quando começou a convidar os amigos e a família para a cerimônia, ela contava que entraria de farda, mas poucos acreditaram, o que causou uma grande surpresa quando ela entrou na igreja.
“Achavam que eu estava brincando. Tanto que, quando eu entrei na igreja, foi um espanto muito grande para muitas pessoas, inclusive para o pastor, que perguntou para o meu marido: ‘Você sabia disso? É a primeira vez que eu realizo um casamento desse jeito’”, contou Raíssa, aos risos.
Um sonho e muito orgulho
Para Raíssa, entrar na igreja fardada foi a realização de um sonho e a união de duas coisas muito importantes na vida dela: a Igreja Adventista do 7º Dia e a Polícia Militar.
“Entrar com a farda na igreja onde eu cresci foi unir duas instituições extremamente importantes na minha vida: a igreja, que foi base do meu ensinamento, onde eu aprendi a amar a Deus e amar as pessoas; e a minha profissão, já que desde os 18 anos, há quase 11 anos, eu trabalho nela. Aprendi a amar, a admirar, a ser forte, a me desenvolver como pessoa”, relatou.
Mas, apesar da entrada triunfal e da saída com o “teto de aço” – como é chamada a cobertura feita com espadas pelos militares – com direito à batida de espada no bumbum, como manda a tradição militar, segundo Raíssa, o ponto alto do casamento foram os votos do noivo.
“Ele falou mais que o pastor, demonstrou todo o amor que ele sente por mim, todo orgulho, então isso pra mim foi o ponto alto do meu casamento”, contou.
Depois da cerimônia religiosa com efeito civil e toque militar, Raíssa quis inovar ainda mais. No lugar da festa tradicional, com banda, pista de dança e buffet, ela optou por um destination wedding e levou amigos e família para Cancún, no México.
“Eu queria fazer algo que as pessoas pudessem se envolver mais do que um dia no casamento. A gente queria estender a comemoração do nosso casamento. Então, além da cerimônia religiosa com efeito civil, nós decidimos trazer nossos amigos e a nossa família para a praia, em Cancún”, disse.
Os convidados chegaram à cidade mexicana nesse domingo (17) e foram recebidos com um jantar mexicano. Nessa segunda-feira (18), comemoraram em uma festa na piscina. E no fim da tarde desta terça-feira (19) Raíssa e Matheus se casarão novamente, dessa vez com a capitã vestida de noiva.
No Facebook, ela publicou uma foto com os convidados já em Cancún e descreveu nem acreditar que conseguiu que todos estivessem presentes.
Informações do Site O Livre