Há dois dias li uma matéria da Jornalista do Tribuna do Brasil, Irene Oliveira, e fiquei pensativo…
Ontem ao parar em uma pizzaria na cidade do Riacho Fundo, região administrativa aqui do DF, vi uma movimentação de viaturas.  Alguns minutos depois lá estava eu me recordando da reportagem lida, pois próximo a mim estava uma jovem com três tiros no peito!
Entrei em contato com a Irene e tive a felicidade de ser presenteado com o texto que ela escreveu na integra, sem cortes editoriais!!
O que mais gosto nos textos dela é a coerência e a clareza ao passar as informações. Não são como a maioria, apenas limitados em atacar a polícia!!
Espero que gostem…

Cresce índice de homicídios no DF
 Irene Oliveira
 Lista da Polícia Civil que aponta as cidades mais Violentas no DF mostra que a  taxa de homicídios é maior em 2009 com relação ao mesmo período de  2008. O número já é 25% maior que no ano passado. Ceilândia e Samambaia têm maior índice de homicídios.
O delegado adjunto da 15ª Delegacia de Polícia, Gustavo Farias Gomes, relaciona o alto número de homicídios no local ao tamanho da cidade, que já conta com quatro delegacias, ao tráfico de drogas, que segundo ele, trás desdobramentos como acerto de contas e vingança e ainda à guerra entre gangues rivais. “O homicídio é um crime de difícil prevenção, com isso temos que combater as causas, sobretudo a questão das drogas. Temos feito nosso trabalho, mas temos consciência de que a lei é benevolente quanto ao uso e porte de drogas”, afirmou.
Outro fator preocupante segundo Gomes é o envolvimento dos menores com o crime. “Hoje temos uma lei que é o Estatuto de Criança e do Adolescente (ECA), que não tem caráter repressivo, mas meramente protecionista, o que torna o menor um soldado dos maiores que lideram o crime. Hoje o adolescente infrator não fica mais que 3 anos apreendido. Isto é uma frustração geral, tanto para a área de segurança, quanto para a sociedade. Todos os dias na 15ª DP, pelo menos um menor é encaminhado para a Delegacia da Criança e do Adolescente  (DCA)”, lamentou.
O delegado-chefe da 23ª DP, no Setor P Sul, Marcelo de Paula Araújo, avalia que o Brasil tem leis brandas, principalmente para os mais jovens. Araújo prendeu um dos maiores responsáveis pela estatística assustadora da Cidade. “Tiramos de circulação Vagner de Almeida Silva, vulgo Lata, de 22 anos, responsável por pelo menos 60% dos homicídios nesta região. Ele praticava crimes desde a adolescência”, comentou o delegado – um dos defensores do trabalho forçado e produtivo para a subsistência e recuperação dos detentos perigosos. O delegado chefe da 23ª DP, do P Sul, Marcelo de Paula Araújo, acha que o Brasil tem leis brandas, principalmente para os mais jovens. Araújo prendeu um dos maiores responsáveis pela estatística assustadora da Cidade. “Tiramos de circulação Vagner de Almeida Silva, vulgo Lata, de 22 anos, responsável por pelo menos 60% dos homicídios nesta região. Ele praticava crimes desde a adolescência”, comentou o delegado – um dos defensores do trabalho forçado e produtivo para a subsistência e recuperação dos detentos perigosos.
 ESTATÍSTICA
Ceilândia é a cidade com o maior número de homicídios: 64 nos primeiros 5 meses do ano, 18 a mais do que no mesmo período do ano passado. O aumento foi em todo o DF. De janeiro a maio de 2009, foram 324 assassinatos contra 259 no mesmo período de 2008, um aumento de 25%. Março foi o mês mais violento, com 74 homicídios. A segunda cidade com mais registros desse tipo de crime é Samambaia. Foram 37 assassinatos este ano contra 30 entre janeiro e maio de 2008.
O delegado-chefe da 32ª Delegacia de Polícia, Onofre Moraes, chamou a atenção para o fato do índice de mortes não ser absoluto, ou seja, proporcional ao número de habitantes, uma vez que Samambaia é uma cidade grande e populosa, tendo inclusive duas delegacias de polícia. “Tivemos nos cinco primeiros meses do ano 37 homicídios, se morreram dois trabalhadores foi muito. São mortes motivadas por vingança, acerto de contas e pelo tráfico de drogas”, explicou.
Apesar da maioria das vítimas estarem envolvidas no mundo do crime, Onofre destacou que todos os casos foram desvendados. “Descobrimos os autores e os prendemos, estamos dando uma resposta a sociedade. Acabamos com a cultura de marginal  achar que por que matou outro marginal vai ficar impune. Todos os crimes são investigados com o mesmo rigor”, garantiu.
Onofre ainda ressaltou que os criminosos mais procurados e que vinham dando trabalho para a polícia foram presos. “Prendemos o Baianinho, 18 anos, ele já havia matado seis pessoas, todas por vingança. Também o Carlos Eduardo que só este ano matou duas pessoas por preconceito contra nordestinos, e ainda o Leo Pantera que matou um e tentou matar quatro, ou seja, estamos trabalhando, a resposta está aí, contudo o homicídio é um crime de difícil prevenção, entretanto estamos indo na raiz do problema, só este ano já prendemos 18 traficantes, uma média de três por mês”, argumentou.

Tráfico de drogas e roubos, constituem o grande problema

De acordo com o delegado Onofre o maior problema em Samambaia são os roubos. “90% das vítimas são mulheres, que descem de ônibus à noite atendem o celular e acabam sendo assaltadas. Fazemos um trabalho de orientação para que não usem o telefone neste percurso da parada até em casa”, explicou. “O indivíduo que pratica um roubo hoje, amanhã ou depois vai matar um pai de família, basta que a vítima reaja. Agora prendemos estes ladrões e a nossa lei os soltam, todos ficam em regime semi-aberto, o que é uma frustração para todos”, completou.
De acordo com a polícia, nas três cidades onde os números são mais altos, o problema são as brigas de gangues por pontos de venda de drogas e roubos. Os policiais também destacam um alto numero de crimes com a participação de menores.
Sobre os roubos, outro absurdo apontado por Onofre é que a maioria dos acusados é adolescente. “Todos os dias tem um menor envolvido em roubos aqui”, disse. “Um dos marginais mais perigosos  aqui da cidade tem 14 anos, e quando ele tinha 12 já roubava, praticou um assalto contra uma agente de polícia da 26ª DP, levou a arma dela e ainda a ameaçou de morte”, lamentou.
Para Onofre a lei precisa de mudanças, ele defende  que é preciso avaliar com o critério psicológico e não com o biológico. “Vamos  organizar uma caminhada com vários segmentos sociais para exigir a mudança da lei, se a sociedade não se unir e reagir os bandidos vão tomar conta, a exemplo que já acontece nas grandes metrópoles”, ressaltou.
A quantidade de menores envolvidos em crimes violentos vem crescendo e assustando a população. A impunidade já incomoda e leva tanto a comunidade, quanto as autoridades policiais a levantarem um questionamento quanto à eficácia do Estatuto da Criança e do Adolescente na reintegração social dos menores, que de acordo com a polícia, são cada vez mais reincidentes.
Muitos que passaram pelo drama de perder um ente querido pelas mãos de um menor vão além do questionamento e vivem a revolta de vê-los tratados como crianças inocentes que não tem consciência da violência que praticaram. A pedagoga Maria Lucinete, que teve um irmão assassinado por um menor em abriu deste ano, destacou que a perda dos valores tem desestruturado muitas famílias e gerado cidadãos violentos. “Hoje não se fala mais de amor, de valores, de  Deus. É olho por olho e dente por dente. É preciso mudar, resgatar valores. Se com 16 anos o jovem tem direito ao voto é por que tem discernimento. Contudo, quando cometem crimes a lei os privilegia como se não soubessem a gravidade de seus atos. Isto também tem que mudar”, avaliou.

Irene Cavalcante