A proposta do Governo do Distrito Federal de condicionar os reajustes das forças de segurança pública, como a paridade da Polícia Civil, a alterações na gestão do Fundo Constitucional divide as categorias.
Para parte das entidades que representam os policiais civis e os militares, a ideia pode fazer os aumentos, prometidos em campanha pelo governador Ibaneis Rocha (MDB), arrastarem-se por mais tempo. O GDF defende, no entanto, que a mudança é uma forma de acelerar e facilitar o processo, argumento que recebe apoio de outra parte das entidades.
Na prática, o Executivo local articula a edição de medida provisória que permita que a decisão sobre os reajustes dos policiais civis e militares, além do Corpo de Bombeiros, seja gerida pelo próprio GDF. Atualmente, qualquer proposta do tipo precisa do aval da União e do Congresso Nacional, que, frequentemente, impõem barreiras para aprovar questões relacionadas ao Fundo Constitucional.
Em fevereiro, o Palácio do Buriti chegou a encaminhar ao Planalto uma proposta para a paridade da Polícia Civil, mas a iniciativa parou no governo federal, nem mesmo chegando a ser enviada para avaliação dos parlamentares — caso fosse aprovada, impactaria os cofres públicos em R$ 650 milhões.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Anderson Torres, a mudança no modelo de gestão do fundo é fundamental para que os reajustes saiam do papel.
“Depois dos problemas com o Tribunal de Contas da União (TCU), tudo deu uma parada, até por uma questão de responsabilidade, de gestão. Não se pode gastar algo que está sub judice. Então, vamos acertar isso primeiro para, depois, tocarmos para a frente a paridade e sentar para conversar com PMs e bombeiros”, adiantou.
O processo de edição da medida provisória está em discussão com a Secretaria-Geral da Presidência da República. Um grupo de estudos foi criado para debater a questão.
“É um assunto que está avançando e que precisa ser resolvido o mais rápido possível. Acreditamos que, nas próximas semanas, deva andar bem”, previu Anderson. “O que temos pedido (às corporações) é paciência. Ninguém vai fazer loucura aqui, ninguém vai cometer improbidade. Precisamos, primeiro, arrumar a casa”, sustentou. “Mas nós estamos trabalhando nisso. É nosso interesse, é promessa de campanha do governador, cumprir com esses aumentos”, completou.
O governador Ibaneis Rocha destacou que a recomendação para assessores e secretários é articular a melhor saída diretamente com o governo federal para que as propostas possam se efetivar assim que o cenário político nacional se estabilizar.
“Isso tem de ser bem tratado com a Presidência da República, porque não há ambiente para se fazer sem ter um contexto mais favorável politicamente”, comentou.
Nossa opinião:
Algo temerário, afinal já vivemos tempos de preferências institucionais por governadores passados. A ligação com o governador federal é algo que nos protege mais do que nos prejudica.
Com informações do Jornal Correio Braziliense