Com uma redução média de 58,8% no número de Crimes Violentos Letais e Intencionais (CVLI) no raio de até 500 metros das bases do Programa Estadual de Proteção Territorial e Gestão de Risco (Proteger), os municípios de Maracanaú, Maranguape e Caucaia reforçam e consolidam o sucesso da política pública de segurança de aproximação comunitária implementada pelo programa há quase quatro anos. Os índices são referentes às variações médias do período de 2020 e 2021. No caso de Maranguape, os números de CVLI caíram de cinco para um caso, no ano passado. Em Caucaia, a redução foi de 11 casos para seis. Maracanaú se destacou zerando o número de CVLI em 2021, seguindo a tendência de melhoria no índice, pois só havia registrado um caso em 2020.
O Proteger é uma iniciativa idealizada pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), executada pela Polícia Militar do Ceará (PMCE) e monitorada pela Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública (Supesp). Os três municípios compõem as 35 bases do programa Proteger.
Em Maracanaú, localizado na Área Integrada de Segurança 12 (AIS-12), na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), houve zero registro de CVLI em 2021, segundo dados da Supesp. No bairro Luzardo Viana, na praça da Rua I, por exemplo, os visitantes são recebidos com dizeres de “Seja bem-vindo”, escritos logo acima de um pequeno palco. O espaço, por muitas vezes, serve de atração para a comunidade Maracananzinho. “A gente já teve até show de humor por aqui”, afirmou o morador Sebastião Souza, mais conhecido como seu Tião, que também faz a limpeza da praça todos os dias e cuida da manutenção.
Antes, a comunidade possuía altas demandas de segurança pública, mas a chegada da base do Proteger trouxe mais tranquilidade aos moradores. “A gente já conseguiu professor de capoeira para realizar um projeto social e temos uma professora para dar aulas de reforço escolar para as crianças”, declarou o sargento PMCE Aderildon Bezerra Rodrigues, integrante da corporação da base.
O resultado dessa interação e a convivência da comunidade com os agentes da Polícia Militar do Estado do Ceará (PMCE) refletem nas ações humanas. “Os policiais são bem dedicados e algumas vezes já salvaram gente aqui da comunidade. Uma vez uma mulher dessa rua estava tendo um AVC, mas eles agiram rápido e levaram a moradora pro hospital”, revelou seu Tião.
Maranguape
As estatísticas reveladas pela Supesp mostram que os CVLI de Maranguape (AIS-24), na RMF, reduziram em 80% no comparativo de 2020/2021, considerando também o mesmo raio de distância de 500 metros da base.
“Essa base é um presente de Deus. Uma coisa maravilhosa pra mim e pra todos os comerciantes aqui do entorno. A gente trabalha tranquilo”, declarou a vendedora de marmitas, Aline Lira, expressando a alegria de ter o Proteger ao lado do próprio comércio, no centro de Maranguape. A base conta com policiais militares se revezando 24 horas por dia, além de possuir um apoio com três motos que fazem a ronda pelos bairros vizinhos.
Nessa região da cidade é fácil notar a grande movimentação de pessoas e a forte presença do comércio. “Posso dizer que melhorou bastante. Principalmente, porque os policiais fazem blitz e passam de moto. Consigo trabalhar sossegado”, comemorou um comerciante de materiais de construção, localizado na rua da base do Proteger.
Avaliação em favor da melhoria
Apesar de ser executado pela PMCE, cabe a Supesp o monitoramento dos resultados do Proteger. Avaliações e pesquisas são realizadas durante as visitas às bases, auxiliando a SSPDS-CE na melhoria do programa, otimizando a prevenção da criminalidade e a aproximação da Polícia com a comunidade. Importante destacar que estes são os principais objetivos do Proteger. O trabalho de avaliação fica a cargo da Diretoria de Pesquisa e Avaliação de Segurança Pública da Supesp (Dipas/Supesp).
“Um dos papéis da Dipas é realizar a avaliação de políticas de segurança pública, assim, para entender melhor como está sendo desenvolvido o programa. Estamos visitando as bases do Proteger para entrevistar os policiais e a comunidade, ou seja, quem está na ponta. Só após esse diagnóstico será possível definir indicadores para o monitoramento e avaliação efetiva do programa, que sejam mais condizentes com a realidade”, explicou a assessora da Dipas, Marysol Dantas.
“O trabalho de avaliação é importantíssimo para gestão do Proteger. Avaliando a execução, podemos identificar possíveis pontos falhos e, assim, fazer as medidas corretivas para sanar as dificuldades. O interessante disso é que dessa forma podemos descobrir se as nossas ações executadas estão surtindo efeito. No futuro, com base nos indicadores, decidimos como podemos melhorar e ter sucesso”, acrescentou o superintendente da Supesp, Dr. Helano Matos.
Conheça melhor o Proteger
Atualmente, o Ceará possui 35 bases do Proteger localizadas estrategicamente em territórios, onde há maior incidência de criminalidade, segundo as estatísticas da Supesp. As bases instaladas buscam a prevenção de violência e o fortalecimento da comunicação entre o poder público, em especial com as instituições de segurança e os moradores, a fim de proporcionar melhor entendimento dos problemas locais e a construção coletiva das soluções.
O Proteger busca ainda a redução de CVLI nas Áreas Críticas de Interesse da Segurança Pública (ACISP); a identificação e redução de atos de coerção ilegítima exercida por grupos criminosos, além de fomentar, facilitar e acompanhar a oferta ou a expansão de políticas públicas transversais de cunho social, econômico ou urbanístico que beneficiem os moradores.
fonte: SSPDS
Assessoria de Comunicação da PMCE