Fotos: Sgt Wander/CCS

Falar sobre câncer de mama não precisa mais ser um tabu. A medicina evoluiu suficientemente para que hoje seja possível não só um diagnóstico precoce, mas tratamentos cada vez menos invasivos, a possibilidade da reconstrução mamária e a recuperação da autoestima feminina, de forma que a mulher tratada tenha a sua vida normal recuperada e, muitas vezes, até melhor do que antes do diagnóstico.

A policial militar aposentada, Lucimar da Silva, conta que a descoberta não foi nada fácil. “Descobrir é um choque muito forte. Você se entende morta. Mas não é verdade, não é assim. Depois de conversar com os médicos e iniciar o tratamento eu fui descobrindo o potencial que tenho. Não sabia que eu podia ser tão forte. Não é nada fácil no começo. Mas depois, você pode fazer disso tudo uma grande piada, uma piada que a vida te provoca a entender. E quando eu entendi isso, ficou tudo mais leve”, disse.

Lucimar descobriu o câncer em 2015 e passou por duas reconstruções mamárias. Ela conta que no tratamento de quimioterapia, se sentia muito nervosa e desencorajada. “Por muitas vezes, queria desistir do tratamento. A quimioterapia não dói. A dor é de você se ver diferente. Do dia para noite, você fica magrinha, careca. Mas se você olhar a careca com um olhar diferente, você fica uma careca linda. Eu mesma coloquei tiaras, flores, perucas e levei tudo isso com muita descontração. Eu fiz da minha tragédia uma comédia”, disse. 

O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Uma em cada oito mulheres pode apresentar a doença, cuja a prevalência aumenta com a idade. Por isso, mulheres acima de 40 anos devem necessariamente se submeter a exames periódicos de rastreamento, que consiste em uma estratégia de realização de exames periódicos, independente dos sintomas, a fim de diagnosticar o câncer em uma etapa precoce.

A Dra. Cintia Batista, médica oncologista da Polícia Militar, diz que a detecção precoce é a melhor forma de vencer a doença. “Quando falamos em diagnóstico precoce, o que nós queremos é diagnosticar antes de qualquer sinal ou sintoma clínico. Quando o câncer de mama é diagnosticado em seus estágios iniciais, tem uma chance de cura muito próxima de 100%. É importante que a mulher avalie, sinta e conheça suas mamas, praticando o autoexame uma vez ao mês, preferencialmente, sempre após a menstruação. No entanto, é importante lembrar que lesões de mama só serão visíveis e detectadas ao autoexame quando estiverem com tamanho de, no mínimo, 1 a 2 centímetros”, por isso, independentemente de qualquer sinal, mulheres acima de 40 anos devem se submeter aos exames de rastreamento, mamografia e consultas médicas anuais”, afirma Cíntia.

Existe uma série de fatores que contribuem com a redução de riscos e para a saúde da mulher como um todo. Alguns desses fatores são: amamentação, prática de atividade física, alimentação equilibrada e controle do peso. Mas é preciso estar alerta às alterações no próprio corpo. Por isso, é tão importante que a mulher esteja atenta às mudanças como: alteração na textura das mamas, presença de nódulos, cistos ou caroços palpáveis ao toque, presenças de ínguas ou linfonodos nas axilas.

O Outubro Rosa é uma excelente oportunidade para trazermos à tona o protagonismo feminino. “Não se trata apenas de exames de rastreamento de realização de mamografias, é entendermos que a mulher precisa do apoio da sociedade, da família para que ela tenha tempo, recursos e energia necessária para olhar para si. Se cuidar e desenvolver bons hábitos”, concluiu a médica.

“Eu descobri que a vida é muito bonita e que ela se transforma todos os dias. Ela nasce diferente todas as manhãs. E com essa fé eu fui resgatando a minha força. Você fica fragilizada, impotente, você se sente nas mãos das pessoas. Nessa situação não tem nenhum corajoso. Você só vai se sentir heroína depois de ver o quanto guerreira foi. Eu tive que encarar o meu medo e eu encarei isso com muita fé. A vida exige coragem. É preciso não dar força nem corpo à doença. Diante do espelho, eu via o meu cabelo crescer e me via renascendo, e é assim que eu me sinto, nascida de novo”, completa a policial emocionada.

Acesse o link e assiste ao vídeo da Lucimar da Silva.