Uma reunião para definir se a comunidade escolar e o corpo de servidores do Centro Educacional nº 7 (CED 7), de Ceilândia, aceitam a proposta do governo de militarizar a escola foi cancelada devido a um bate-boca entre policiais militares e dirigentes do Sindicato dos Professores (Sinpro). Após a manifestação contrária de pais, estudantes e professores, o debate foi remarcado para a quinta-feira (7/2).
Durante a discussão, a maioria dos servidores se posicionou contra a mudança. No tempo destinado para o professor que quisesse se manifestar a favor da proposta, ninguém se voluntariou.
A reunião começou com a Polícia Militar defendendo que a metodologia havia sido previamente acordada com o governo. Em seguida, veio a fala de membros do sindicato criticando a militarização. Pais e alunos também tiveram a oportunidade de se pronunciar, tanto a favor quanto contra, mas nenhum pai ou estudante se dispôs a pegar o microfone para defender a gestão compartilhada com a PM.
“No final, após impasse, pois na votação geral o entendimento foi que o ‘contra a militarização’ prevaleceu, ficou definida uma nova votação, mas agora em cédula, com urna, para alunos, pais e professores do CED 7, de Ceilândia”, disse o diretor do Sinpro Samuel Fernandes (foto em destaque).
Reunião sobre militarização em escola tem bate-boca entre PM e Sinpro
Modelo será testado em escolas da Estrutural, Ceilândia, Recanto das Emas e Sobradinho – Foto: JP Rodrigues/Metrópoles
Centro de Ensino 1, da Cidade Estrutural, uma das quatro escolas que serão militarizadas.
O CED 7, em Ceilândia, é uma das quatro escolas que serão militarizadas pelo governo. Foto: JP Rodrigues/Metrópoles
O cenário é diferente do presenciado pelo Metrópoles em visita ao Centro Educacional nº 1, da Cidade Estrutural, onde vários pais de crianças disseram ser a favor da presença da PM na gestão disciplinar das escolas. A diretora da unidade, Estela Accioli, também se manifestou favorável ao projeto.
“No ano passado, fui duas vezes para a DCA [Delegacia da Criança e do Adolescente] por causa de alunos com maconha na mochila. Já aconteceu briga no primeiro dia de aula, com aluno dando murro na boca do outro, a ponto de sair com o rosto sangrando. Nossa expectativa é aumentar a nota da escola no Ideb [Índice de Desenvolvimento da Educação Básica]. A meta é chegar a 5,9 neste ano”, opina a diretora.
Na Câmara Legislativa do Distrito Federal, a militarização está longe de ser consenso. Os deputados distritais Fábio Felix (Psol), Leandro Grass (Rede) e Chico Vigilante (PT) são contra o modelo escolhido pelo governador, Ibaneis Rocha (MDB), para algumas escolas do DF.
Cláudio Abrantes (PDT), líder do governo na Câmara Legislativa, pede ponderação e diz ser muito cedo para qualquer avaliação. O deputado Hermeto (PHS), que é policial militar, defende o formato anunciado pelo Governo do Distrito Federal.
Informações do Portal Metrópoles