Os concursos para ingresso na Polícia Militar do DF sempre foram marcados por acusações (infundadas em sua maioria) de fraudes e quebra dos princípios constitucionais.
No passado era realizado pelo CESPE e algumas fases pela PMDF, o que fazia sempre “respingar” alguma coisa na PM.
Esse concurso foi marcado pela imparcialidade total da Polícia Militar ao entregar todas as etapas nas mãos da Contratada, que deve ser responsabilizada em caso de “fraude”.
Em meu email, após a prova, recebi algumas “denúncias” dessa natureza e as repassei a minha chefia, conforme solicitado pelos denunciantes. Providências já estavam sendo tomadas, independente de “denúncias” da Band.
Ninguém na Polícia Militar tem interesse em “fraudar” concurso ou beneficiar candidatos, isso é certo, pois conheço aqueles que estão a frente desse processo e sei que são homens e mulheres dignas e de total confiança.
Esse mesmo fato ocorreu em outros concursos (incluse da Polícia Federal) e infelizmente a contratada não tomou nenhuma providência. Já existem até cursinhos “preparatórios” para o psicotécnico do CESPE! Os testes são encontrados em sites, isso é fato.
O senhor conselheiro mais uma vez tenta aparecer diante dos holofotes, diante da “briosa”. Não o vemos atuando nos casos em que seus companheiros de tribunal estão sendo denunciados, isso sim seria sua função!
Creio que em breve essa situação será resolvida, receio apenas que os candidatos não entrem antes das eleições. O que ocorre hoje não é novidade, pois desde o início as mesmas pessoas tentam impedir esse certame. Antes era o “nível superior”, agora as “fraudes”, amanhã será porque o concurso é para contratação de PM´s. Quem sabe utilizarão o discurso de que precisamos mais de policiais civis que de PM´s…
Não duvido de nada…
Maiores detalhes:
Suspeita de venda de gabarito leva PM a suspender concurso
Letícia Nobre
Publicação: 29/03/2010 08:33 Atualização: 29/03/2010 09:06
O drama dos candidatos a soldado da Polícia Militar do Distrito Federal ainda não acabou. O conselheiro do Tribunal de Contas do DF, Renato Rainha, determinou a paralisação do concurso na noite de sexta-feira alegando suspeitas de venda do gabarito da prova psicotécnica. O departamento de pessoal da PM acatou a decisão e investiga o caso.
A denúncia partiu de uma reportagem veiculada no Jornal da Band de 19 de março, cinco dias depois da aplicação da prova psicológica. Segundo a matéria, um candidato anônimo de 24 anos diz ter comprado os gabaritos das quatro avaliações (raciocínio verbal, teste do relógio, raciocínio espacial e teste de placas), no local de prova, por R$ 20 cada. O denunciante garantiu que, por ter as respostas, conseguiu resolver as questões “em cerca de 10 minutos”.
“Apesar do Cespe ser o responsável por todo o processo seletivo, temos interesse em receber os 1,5 mil aprovados o quanto antes e, por isso, estamos ajudando na investigação”, explica o subdiretor do departamento de pessoal da PMDF, coronel Joociel de Melo Freire. Apesar de acatar a determinação do conselheiro, a corporação questiona o conteúdo da denúncia. “Desde já consideramos as denúncias improcedentes. É impossível fazer o teste psicotécnico em 10 minutos como o denunciante diz”, acrescenta. Esse tipo de avaliação tem resultados considerados subjetivos e individuais. O propósito é avaliar a personalidade do pretendente e a adequação ao perfil desejado para exercer o cargo.
Os candidatos que ainda estão na disputa vão, na manhã de hoje, protocolar um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do DF a fim de garantir a continuidade da seleção. “Fizemos um abaixo-assinado e vamos entrar com um mandado de segurança”, afirma Enéas Filho, candidato a soldado. “Não há por que se basear em denúncias anônimas e, sem investigar, parar o concurso”, completa. O conselheiro Renato Rainha não foi encontrado para comentar o conteúdo do ofício.
Essa é a terceira paralisação do concurso. No ano passado, a polêmica girou em torno da exigência de nível superior para o cargo. Cerca de três mil fizeram a avaliação psicológica e aguardam o resultado que não será mais divulgado em 31 de março, como estava previsto. Depois dessa etapa faltará só a avaliação de títulos para a nomeação e o início do curso de formação. O concurso oferece 750 vagas mas 1.500 devem ser convocados. Durante o curso, os alunos receberão R$ 3.072,51 e, quando formados, passam a ter salário de R$ 4.056,59.
MEMÓRIA
2009
14 de janeiro – Publicado o Decreto nº 29.946 que altera a exigência de nível médio para superior na formação de soldados da PMDF.
26 de janeiro – Início das inscrições para o concurso de soldados. As 750 vagas oferecidas atraem cerca de 12 mil candidatos.
6 de abril – Impasse sobre a exigência de nível superior provoca suspensão da prova objetiva, marcada para 19 de abril.
6 de maio – Liminar judicial garante a continuidade do concurso e a prova objetiva é marcada para 13 de junho.
6 de agosto – Tribunal de Contas do DF determina a suspensão da seleção por tempo indeterminado por considerar ilegal as imposições do edital.
6 de novembro – Publicada a Lei Federal nº 12.086 que exige nível superior para soldados da PMDF, acabando com a ilegalidade da cobrança no concurso.
27 de novembro – Processo seletivo é retomado e é divulgado resultado da prova discursiva. São convocados candidatos aptos ao teste de aptidão física (TAF).
2010
21 de janeiro – Convocados os candidatos aprovados no TAF para exames médicos.
14 de março – Aplicada prova psicotécnica para aprovados no exame médico.
26 de março – Conselheiro do TCDF Renato Rainha envia um ofício ao Comando da Polícia Militar suspendendo o concurso.
Fonte: Correio Braziliense
Outros textos sobre o assunto:
Suspensão de concurso da PMDF (tribunal de faz de contas)
Blog do Sabbatini