Às 11h33 desta sexta-feira (10), a Central de Atendimento 193, do Corpo de Bombeiros do DF (CBMDF), recebe uma ligação. Do outro lado da linha, um homem informa que uma motorista perdeu o controle do carro e invadiu um restaurante no Guará, atropelando uma criança e um funcionário. Cinco minutos depois do telefonema, seis viaturas, três motociclistas de resgate e 16 militares estavam no local para atender duas vítimas.
Eles receberam os primeiros socorros dos militares. A criança, de 7 anos, estava com escoriações leves, e o funcionário, 32 anos, tinha o quadro estável. Ambos foram encaminhados para o Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do DF (Iges-DF), o Hospital de Base.
Ocorrências como essa são frequentes no dia a dia das forças de segurança da capital, mas em cada uma delas é importante poder contar com um atendimento de rapidez e qualidade, ressalta o tenente-coronel Valber Costa Júnior, chefe da Central de Operações e Comunicações do CBMDF. O militar explica que é feita uma triagem, na qual é averiguada a natureza da ocorrência e o número de vítimas, por exemplo.
“Caso não seja da nossa competência, transferimos para a área responsável, como a Polícia Militar, por exemplo. Se for com a gente, encaminhamos para a parte de despacho e o quartel mais próximo vai desenvolver o serviço”, comenta o tenente-coronel. São dez atendentes que, em 2018, assistiram 123.791 ocorrências. Já no ano passado, foram 132.495 ocorrências, sendo as mais recorrentes os acidentes automobilísticos e incêndios florestais.
Ampliação
Em junho de 2019, o governo local decidiu ampliar os serviços de atendimento do 199. Além de ajudar em casos de desastres, como chuvas fortes, inundações e alagamentos, entre outros, o canal também recebe denúncias sobre focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue – problema que demanda, para ser combatido, a ajuda de 15 bombeiros. No ano passado foram registradas 481 ocorrências.
De acordo com o subsecretário da Defesa Civil, coronel Sérgio Bezerra, o trabalho do órgão é complementar ao dos bombeiros. “Geralmente, o primeiro a ser acionado é o Corpo de Bombeiros. Nosso trabalho é avaliar e ver se será necessário interditar, se será preciso uma evacuação”, explica.
As reclamações podem ser feitas de forma anônima a qualquer hora do dia. Após o denunciante explicar a situação, os agentes vão até o local e dão um prazo para que o morador limpe o terreno. Caso o dono do imóvel não tenha condições de fazer a higienização, órgãos do governo serão mobilizados para a limpeza.
Bezerra também lembra que a Defesa Civil ajuda a garantir a vida humana. “Pode ser que não haja danos estruturais, mas alagou a casa, a família ficou desprovida de onde dormir ou comer. Fazemos essa ajuda humanitária com colchões, cobertor, telhas, e cesta básica, por exemplo.”
Trotes
Reunidos no Centro de Operações de Brasília (Ciob), os serviços estão disponíveis 24 horas por dia. Além dos telefones 193 e 199, a população também pode contar com o 190, da Polícia Militar do DF (PMDF), para ocorrências policiais. O major Guilherme Guará, da PMDF, explica que o mais importante ao atender uma ocorrência é focar no problema da pessoa para dar as primeiras orientações. “Depois colhemos os dados como nome e endereço. O atendimento entre a ligação e a chegada dos militares ao local dura cerca de sete minutos”, detalha.
Guará alerta para os trotes, que atrapalham o tempo de resposta de atendimentos verdadeiros. “O trote faz com que o nosso suporte passe de 7 para 28 minutos, pois ficamos procurando uma ocorrência onde não tem”, reclama. Em 2018, a corporação fez 328.620 teleatendimentos. No ano passado, o número subiu para 837.179. Segundo a Polícia Militar, o crescimento se deu pela contratação de militares inativos. As principais ocorrências registradas são ameaças.
Muitas vezes, o atendente dos telefones de urgência se depara com alguém pedindo informações sobre serviços do governo. Cada segundo que o profissional fica na linha com esse tipo de situação, uma vida pode ser colocada em risco. Se precisar de algum esclarecimento sobre serviços e programas do governo, a orientação é ligar para o telefone 156 ou para a Ouvidoria, pelo 162.
Reclamações
Caso o solicitante do serviço de emergência ou urgência queira fazer alguma reclamação sobre o atendimento, deve registrá-la na Ouvidoria – telefone 162 – ou por meio do site. Para que o fato seja apurado, é preciso que o cidadão informe o dia, a hora e o número do telefone que foi feita a ligação.
Informações do Site Agência Brasília