O ano passado teve o menor índice de mortes de ciclistas em 21 anos. Dos pedestres mortos, 40% tinham 60 anos ou mais
Ana Carolina
(Brasília, 25/1/2022) Pelo terceiro ano consecutivo, o Distrito Federal registra redução de acidentes fatais no trânsito. De acordo com levantamento preliminar do Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), o ano passado registrou queda de 26% no número de mortes, em comparação com 2020, que por sua vez, já havia registrado um quantitativo 17% menor, se comparado a 2019.
No período de janeiro a dezembro de 2021, foram registrados 169 óbitos por acidentes de trânsito, e no ano anterior, foram 227. Em 2019, quando não havia as restrições de circulação impostas pela pandemia, ocorreram 274 mortes nas vias do DF: 105 vidas perdidas a mais do que no ano passado. Considerando somente o mês de dezembro, o quantitativo se manteve entre os dois últimos anos: 14 vítimas fatais.
O Diretor-geral do Detran, Zélio Maia, atribui essa contínua redução nos números de mortes ao trabalho intenso das equipes do Departamento. “Nada nos deixa mais realizados que ver os números de óbitos no trânsito despencarem. São vidas que estamos preservando ao conseguir conscientizar a população de agir de forma responsável no trânsito, tanto por meio da educação, como das ações de fiscalização e de engenharia.”
Balanço de atividades
Com o foco na segurança do pedestre, em 2021, o Detran-DF implantou e revitalizou 2.459 faixas de pedestres nas vias urbanas do Distrito Federal. Além disso, visando melhorar a sinalização viária, equipes de engenharia implantaram 2.479 placas e substituíram outras 1.019 que estavam danificadas.
E para quem insiste em beber e dirigir a tolerância é zero. De janeiro a dezembro de 2021, o Departamento realizou 78.906 operações de fiscalização de trânsito, sendo o foco principal o combate à embriaguez ao volante, com base na Lei Seca, a fim de evitar acidentes e preservar vidas.
Na área da Educação de Trânsito, em 2021, o Departamento realizou 1.268 ações, entre blitzes educativas, apresentações teatrais, cursos e palestras, alcançando um público estimado de 147.651 pessoas. O destaque vai para as ações voltadas para quem pedala: o Projeto Bike em Dia e para o Circuito Passeio Ciclístico nas Regiões Administrativas, que culminaram numa queda acentuada no número de mortes.
Ciclistas e pedestres
O estudo preliminar do Detran mostra que o ano passado teve o menor índice de mortes de ciclistas em 21 anos, quando oito ciclistas perderam a vida no trânsito, 58% a menos que 2020, que contabilizou 19 óbitos de ciclistas, mesmo número registrado em 2018 e em 2016. O maior registro foi em 2003, quando 65 ciclistas morreram. A redução em 2021 é ainda mais expressiva quando comparado a 2019, quando 22 ciclistas perderam a vida no trânsito.
Os dados indicam ainda uma diminuição acentuada no número de óbitos de pedestres. De acordo com a Gerência de Estatística do Departamento, em 2021, ocorreram 47 mortes de pedestres, 13% a menos que em 2020, quando se registrou 54 óbitos. Segundo a série histórica de vítimas fatais em acidentes de trânsito do Detran-DF, o ano de 2001 foi o que registrou o maior quantitativo de pedestres mortos, 165 óbitos. Assim, pode se dizer que, nos últimos 20 anos, 118 vidas de pedestres foram preservadas no trânsito do DF.
O Detran-DF faz um alerta, cerca de 40% dos pedestres mortos no ano passado tinham 60 anos ou mais. O diretor de Educação de Trânsito do Detran-DF, Marcelo Granja, lembra que, a cada ano, os nossos movimentos corporais e mobilidade vão ficando mais lentos. Por outro lado, ele destaca a importância de o pedestre sempre dar preferência por atravessar na faixa, mesmo que tenha que andar poucos metros a mais e nunca esquecer de fazer o sinal de vida, que não é obrigatório, mas pode salvar vidas.
“É importante que o pedestre tenha cautela, ao fazer a travessia, sempre olhe para os dois lados, nunca atravesse nos cruzamentos e dê preferência à faixa”, completa o educador.