Falar em segurança pública também é falar em movimentação de pessoas e veículos. Atualmente virou moda o discurso da “MOBILIDADE URBANA” em nosso meio. Quando falamos em “mobilidade urbana” estamos necessariamente falando em mobilidade de pessoas e veículos. É importante frisar isso.
Quando analisamos o discurso e a prática sobre o tema no Distrito Federal uma pergunta não quer calar: No DF se prioriza a mobilidade de pessoas ou de veículos? Temos os corredores de ônibus, que aumentou os congestionamentos na cidade, a TCB com seus ônibus executivos, que atende a classe média, moradora de Águas Claras e Plano Piloto, dentre outras cidades, semelhante ao “zebrinha” que há anos atende aos moradores de entre quadras do DF. No governo passado se iniciou a construção de ciclovias, mas em que pé está hoje?
Ao falar em mobilidade urbana é importante discutir um tema conhecido como “zona azul”, existente em várias cidades brasileiras, como uma solução amenizadora do caos urbano que vivemos em decorrência do elevado número de veículos espalhados por nossa cidade. Ao falarmos em “zona azul” estamos falando de mobilidade reversa, ou seja, de um catalisador obliquo para os problemas de mobilidade urbana em nossa cidade. Isso irá influenciar diretamente na “carona solidária” e na diminuição da criminalidade, pois a rotatividade de veículos quebra a rotina do ambiente, dificultando a vida dos ladrões de veículos, além da geração de empregos e renda em nossa cidade. É algo complicado de discutirmos, mas é preciso tocar no tema, visando solucionar um problema grave em nosso meio. A “zona azul” é responsável pela rotatividade dos veículos, dando mobilidade aqueles que necessitam utilizar o espaço que é de todos, mas que tem sido utilizado de maneira errada.
Aderivaldo Cardoso – Especialista em Segurança Pública e Cidadania pela Universidade de Brasília.