A Gerência de Produção Agropecuária e Industrial da Diretoria Geral de Administração Penitenciária (DGAP), por meio da Seção Agropecuária, mantém uma na Fazenda-Escola, que fica no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, e emprega presos em atividades agropecuárias. No local são criadas 45 cabeças de gado, que foram vacinadas contra a febre aftosa no último dia 14/05.

A vacinação foi realizada por policiais penais e detentos que trabalham no local. Além dos bovinos, a Fazenda Escola também possui cerca de 140 suínos, que são criados pelos detentos. Quando chega hora de fazer o abate de animais, o que ocorre uma vez por mês, os presos também têm a oportunidade de aprender as atividades de abater e manipular os cortes de carne.

Segundo o responsável pela Seção Agropecuária, Leonardo de Castro, a carne normalmente é doada para Organização as Voluntárias de Goiás (OVG), que distribui o alimento para entidades filantrópicas ou para organização de festas tradicionais do Estado, como a Festa do Divino Pai Eterno, em Trindade, e a Festa do Muquém, em Niquelândia. “Como a pandemia dificulta estas doações, hoje, quando a gente faz o abate de algum animal, distribuímos entre os presos que têm um resultado satisfatório aqui na Fazenda. A gente avalia se teve frequência e se não teve falta disciplinar”, diz.

Alguns animais também são doados para unidades prisionais do interior que tenham espaço e interesse para desenvolver projetos de agropecuária com a mão de obra carcerária. Segundo o Leonardo, já foram doados bovinos para estabelecimentos penitenciários de Rio Verde, Goianésia, Itumbiara, Trindade. Além disso, cerca de duas a três por ano, aproximadamente 150 suínos são enviados para unidades do interior.

No período do ano que tem ordenha das vacas, Leonardo explica que o leite é usado para ensinar os presos a fazerem vários tipos de queijo: trança, prato, temperado. O soro que sobra da produção dos queijos é usado na alimentação dos suínos. Na Fazenda Escola, os custodiados também mantêm uma plantação de milho que é usado para alimentar os animais durante 3 a 4 meses do ano. “A gente faz silagem, ou tritura e faz ração”, afirma Leonardo.

Os reeducandos também aprendem a fazer compostagem. A Fazenda Escola possui uma mini composteira, onde acontece o descarte de animais mortos, transformando-os em adubo. “Usamos esterco, capim triturado e animais mortos, revezando em camadas. Protegemos para os animais não entrarem no local e depois de uns 45 a 60 dias, temos um adubo de primeira qualidade”, explica Leonardo.

Outro aprendizado oferecido aos detentos é como operar tratores. A Fazenda Escola dispõe de um trator que é usado para ensinar os detentos a conduzir implementos, gradear, arar e fazer plantio. “Já teve preso que saiu contratado depois de trabalhar com o trator e outros que gostaram tanto do que aprenderam aqui que arrendaram terra para criar suínos”, salienta Leonardo.

Hoje nove presos do regime aberto e semiaberto trabalham na Fazenda Escola. De acordo com Leonardo, este número já foi maior, mas com a pandemia, foi preciso reduzir. “Os presos do regime aberto recebem salário e os do semiaberto recebem remição na pena e salário, conforme determina a legislação. Mais do que isso, aqui eles têm a oportunidade de adquirir novas experiências, ampliando as chances de conseguir emprego no final da pena”, ressalta.

A Seção Agropecuária também mantém parcerias com Emater e Senar para oferecer cursos para os detentos que trabalham na Fazenda Escola e algumas vezes estes cursos são estendidos para comunidade local. “Já realizamos cursos de psicultura e agora estamos organizando um de horticultura com o Senar para os próximos dias. Convidamos o pessoal da comunidade para fazer o curso na Fazenda Escola”, conta Leonardo.

A Fazenda Escola também tem canteiros de hortas que estão sendo reformados neste momento. Assim como a carne resultante dos abates, os queijos e hortaliças são doados para entidades filantrópicas ou distribuídos entre os presos que trabalham no local.

Diretoria Geral de Administração Penitenciária
Comunicação Setorial

Fonte: SEAP GO