A Polícia Penal contribuiu com a Polícia Civil do Estado de Goiás, por meio da Delegacia Estadual de Repressão a Furtos e Roubos de Cargas (Decar), nas investigações que resultaram na Operação Piratas do Campo – Resposta Final, deflagrada nessa quarta-feira (21/07). A operação coordenada pelo delegado Alexandre Bruno resultou na prisão de 20 pessoas. Entre elas, está um ex-vigilante penitenciário temporário que contribuía com presos do sistema prisional.

As investigações começaram em janeiro de 2020 após um significativo aumento de crimes de roubo de cargas e defensivos agrícolas. Devido à complexidade, a operação foi dividida em diversas etapas. Nesta última fase, foram presas dez pessoas, entre elas estão donos de casas agropecuárias e supermercados em Goiânia e também investigados residentes nas cidades de Novo Progresso (Pará) e Luiz Eduardo Magalhães (Bahia).

Os policiais civis cumpriram ainda 18 mandados de buscas e apreensões e foram apreendidos mais de R$ 100 milhões em defensivos agrícolas e gêneros alimentícios, todos oriundos de roubos.

Investigações

A organização criminosa, liderada por membros de uma mesma família (pai, mãe, filho e enteado), atuava em sete estados: Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Pará e Tocantins. A família contratava pessoas para roubar defensivos agrícolas em grandes fazendas e em caminhões que transportavam os produtos.

Os caminhões eram levados para galpões no Mato Grosso e em Goiás, onde existiam sofisticadas aparelhagens de indústria química, usados para adulteração dos defensivos que aumentam a quantidade da litragem em cem vezes mais do que o original (vinte litros se transformavam em 200 litros).

Após a falsificação dos defensivos, os criminosos os reembalavam em galões idênticos aos de grandes indústrias, com etiquetas, selos e vasilhames que chamaram a atenção pela semelhança aos originais. Os produtos falsificados eram então colocados à venda em grandes empresas localizadas em várias capitais do país.

Grandes lavouras de milho e soja foram completamente destruídas pelo uso desses produtos, o que causou prejuízos aos produtores rurais e ao meio ambiente. Donos de gráficas e empresas de embalagens envolvidos no esquema também foram presos na operação.

Devido às prisões anteriores dos familiares, sequestro e arresto de seus bens, agentes de segurança pública ligados à investigação foram ameaçados de morte. O líder da organização criminosa chegou a ameaçar de morte um promotor de Justiça de Minas Gerais.

Os investigados responderão pelos seguintes crimes: roubos com emprego de arma de fogo, concurso de pessoas e restrição da liberdade da vítima, receptação qualificada, crimes contra a ordem tributária, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Diretoria Geral de Administração Penitenciária – DGAP
Com informações da Polícia Civil de Goiás

 

Fonte: SEAP GO