Preso por extorsão, o coronel da Polícia Militar Francisco Eronildo Feitosa Rodrigues foi transferido para a carceragem do 19º Batalhão na noite de terça-feira (5/12). O local, conhecido como “Papudinha”, abriga advogados e militares indiciados e que aguardam julgamento.
Feitosa foi detido em 14 de novembro no âmbito da Operação Mamon – termo derivado da Bíblia usado para descrever a cobiça — e estava no 1º Batalhão de Policiamento de Trânsito. Segundo as investigações da Polícia Civil, o coronel e um grupo de PMs extorquiam empresários que prestavam serviços à corporação. Segundo o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), os militares exigiam propina para a liberação dos valores devidos pela PMDF. A corregedoria da corporação também auxiliou nos trabalhos.
As apurações – feitas com a colaboração da Corregedoria da PMDF – identificaram, entre outros crimes, que os responsáveis pelos pagamentos no Departamento de Logística e Finanças da PM faziam “vista grossa” para um esquema envolvendo a manutenção das viaturas Mitsubishi modelo Pajero. Peças de veículos deveriam ser trocadas, mas não eram substituídas, apesar de os pagamentos serem feitos.
Possivelmente, nos próximos 15 dias, inicie-se as oitivas na Auditoria Militar. Muitas autoridades começam a se preocupar. É importante para o governo manter a imagem de honesto e probo. Para isso, não medirá esforços para afastar a crise do Buriti. Janeiro está chegando, em ano eleitoral, qualquer movimento precisa ser bem pensado.
Possíveis mudanças virão para neutralizar qualquer ameaça a imagem do Governo de Brasília. A principal pergunta que precisa ser respondida é: tratou-se de uma ação isolada ou de uma ação coordenada? Esteve limitada somente a manutenção de viaturas ou teve ramificações em outros contratos? Cabeças podem rolar. Às vezes é preciso cortar na carne para salvar o resto do corpo.
Por Giuliana Cardoso, com informações do Portal Metrópoles