A entrevista que o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, deu ao programa No Mundo da Bola, na TV Brasil, no último domingo (15) sinalizou o que veremos na temporada de 2023. A atenção dos clubes vai se voltar para os desafios nacionais e continentais, deixando de lado a rivalidade regional, que até então tem alimentado a paixão do torcedor.
Clássico dos Milhões, Majestoso, Superclássico Mineiro, Ba-Vi, Gre-Nal, Fla-Flu. Todos esses apelidos se referem a jogos de equipes do mesmo estado, e foram eles que sedimentaram, ao longo do tempo, a paixão das torcidas. Alguns deles ainda acontecem em nível nacional, mas com o sobe-e-desce do Brasileirão, perderam a assiduidade anual. E não há como negar que os eventuais rebaixamentos, com as consequentes quedas de receita provocadas – também por administrações ruins – reduziram o interesse em alguns jogos.
De certa forma, foi o que disse Landim à TV Brasil. Para ele, o Palmeiras será o maior adversário do Flamengo em 2023, como já tem sido nos últimos anos. Haja vista as conquistas nacionais e continentais que as duas equipes têm dividido. Num recorte dos últimos cinco anos: de 2018 a 2022, Flamengo e Palmeiras ganharam, cada um, duas Copas Libertadores, dois Brasileirões e uma Copa do Brasil, ou seja, dos 15 principais títulos em disputa, dez ficaram com a dupla. O Flamengo ainda somou duas Supercopas e uma Recopa, taça que o Palmeiras também conquistou.
E quem pode ameaçar essa dupla? Se olharmos a temporada passada, podemos pensar de imediato no Fluminense, campeão carioca e que brigou pelas principais posições no Brasileirão. O Tricolor manteve a base, ganhou reforços e segue com Fernando Diniz. Entra forte na briga. Incluo, também, Internacional, Atlético-MG, Athletico-PR e Corinthians. Landim também lembrou dos clubes que voltaram para a série A, e de outros que já aderiram ao processo das SAF’s, em especial Vasco, Grêmio, Botafogo e Bahia.
Como se vê, o espectro é grande. Os Estaduais já estão rolando, com algumas equipes usando reservas, Sub-20, aproveitando para treinar e fazer testes. Evidente que os clássicos vão chamar a atenção, mas já é sabido que o título estadual não é referência para as demais competições. Em fevereiro começa a Copa do Brasil, depois vêm Libertadores, Sul-Americana, Brasileirão..
Aguardemos para ver que rivalidade vai falar mais alto em 2023.
Sergio du Bocage é apresentador do programa No Mundo da Bola, da TV Brasil