Ainda analisando o “Balanço da segurança pública”, com o comparativo das estatísticas criminais de Janeiro a Outubro de 2014/2015 e as principais ações da segurança pública do DF, apresentados no mês de novembro, outras dúvidas e “análises” estão surgindo. Posteriormente, antes de acabar o mês ainda quero falar de cada instituição de segurança pública no DF, por enquanto, quero continuar analisando os números referentes a polícia militar.

Ao analisar a produtividade da PMDF alguns números chamam a atenção: 203 armas de fogo e simulacros apreendidos, 139.035 abordagens a pessoas; 41.710 abordagens a veículos; 5.382 abordagens a ônibus; 2.639 mediações policiais; 325 celulares recuperados em todo o DF; 449 veículos recuperados em todo o DF; 51,4 Kg de drogas apreendidas e 370 visitas feitas pelo PROVID.

Como sempre digo a PMDF trabalha muito, mas precisamos analisar o “foco”.  É possível verificar que o foco da Corporação foi a abordagens às pessoas e em veículos, que resulta em apreensão de armas e drogas, além da clara proteção ao patrimônio, em especial veículos e celulares.

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Algumas dúvidas são: O que seriam as 2.639 mediações de conflito? A busca pessoal (abordagem pessoal) é baseada na “fundada suspeita”, 139.035 abordagens a pessoas e 41.710 abordagens a veículos, além de 5.382 abordagens a ônibus estão dentro de que “recorte social”? Até que ponto a abordagem a veículos ajudou na redução de roubo a ônibus já que houve um aumento nesta modalidade de crime de 62,7% no mês de outubro?

O trabalho da PM é focado na apreensão de drogas, armas, abordagens a pessoas e veículos suspeitas ou que cometeram crime, recuperação de patrimônio furtados e roubados, em especial, veículos e celulares. É isto que a população deseja? É este o foco que a população espera da PM? E os policiais, estão satisfeitos com este trabalho “imposto” a eles?

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As prisões em flagrante comparadas com o ano 2014 tiveram um aumento de 11,5% pois subiram de 11.310 prisões para 12.615. No texto sobre a necessidade de melhoria do trabalho policial no DF argumentei sobre a reatividade da PM, já que o efetivo está praticamente todo direcionado para o atendimento de ocorrências do 190, sempre “reativo”, ou atendendo as ocorrências de crimes que já foram cometidos ou tentando a “sorte” para prender criminosos em “flagrante”.  Prender “pessoas” que cometeram crime é o papel da polícia? E a lei que diz que ninguém será preso se não em flagrante delito ou por ordem judicial? Não seria esta a maior causa da frustração policial?

Se fizermos uma conta “boba” (não é meu forte) somando as abordagens a pessoas, veículos e a ônibus teríamos um total de 186.127 (Cento e oitenta e seis mil, cento e vinte e sete) abordagens que podem ter terminado em prisões em flagrante, já que partimos do pressuposto de que as abordagens foram feitas mediante “fundada suspeita”, que equivale a 6,77% de “acerto” na abordagem. Focar 80%  dos nossos recursos para obter menos de 10% de nossos resultados é eficiente, eficaz e efetivo? Nosso foco está correto?

Esses dias estive conversando com um amigo sobre o “câncer”. Poderíamos comparar o DF a um corpo com “câncer social” (tumor), que é a criminalidade. A PM poderia ser o remédio. O problema é que os tumores estão espalhados pelos braços, pernas e tórax. A medicação está sendo dada para o corpo inteiro. Precisamos dar uma medicação pontual, de acordo com a gravidade de cada tumor e ainda vendo qual a prioridade de cada um deles, caso contrário, o corpo morrerá. O remédio pode até ser bom, mas se for dado para a doença errada ou em dosagens fora da especificação pode até matar ou não trazer os resultados esperados.

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