O Jornal de Brasília, de hoje, 20 de maio de 2011, em suas páginas 05 e 06, levanta uma discussão interessantíssima para os próximos anos. A manchete estampada é: Sobrecarga – Nossa estrutura suporta? Os subtítulos seguintes são: Naufrágio no Lago provocou discussão sobre a capacidade dos serviços públicos. Texto de Valtemir Rodrigues.    
A grande pergunta é: O DF está preparado para enfrentar grandes tragédias? Segundo o jornalista responsável pela matéria, o Corpo de Bombeiros mostrou-se “ágil e com estrutura adequada ao atendimento às vítimas, entretanto, a embarcação utilizada por eles foi cedida por um voluntário, já que não dispõem de tal equipamento”.
Outra questão levantada foi a dificuldade de atendimento nos hospitais públicos. Como seria possível o atendimento de uma grande quantidade de torcedores em caso de um grande “acidente” em um estádio?
Segundo o jornalista, “se a demanda é grande nos dias de normalidade, imagine como será em época de grande procura, como é esperado para a Copa das Confederações de Futebol e da Copa Mundial de Futebol, que serão realizadas em 2013 e 2014”? Para ele, a saúde do DF está na UTI.
A reportagem é enfática ao afirmar que: “Além da carência de equipamentos, faltam profissionais.”  O discurso das autoridades não poderia ser diferente: “temos condições de prestar um bom serviço!”
Será?
Não há dúvida, como afirmou o professor e coronel de polícia, Nelson Gonçalves, que “em termos de atuação, a capital federal tem uma das melhores polícias do país, porém, mal estruturadas e com quadro de pessoal reduzido.” Ter uma das melhores polícias do país resolve o problema? 
Desde 2003, a Polícia Militar não formou mais nenhuma turma, temos atualmente aproximadamente 1.200 alunos no Curso de Formação de Praças da PMDF, o que nos dá um efetivo de aproximadamente 15 mil homens.
Particularmente creio que houve um erro da reportagem ao afirmar que o Chefe do Estado Maior, afirmou que “até a Copa do Mundo de Futebol, pretendemos incorporar mais de 13 (TREZE) mil servidores. Cerca de mil já estão em fase final do curso de formação”. Essa afirmação é legalmente impossível de ser cumprida, pois jamais poderíamos contratar treze mil homens nos próximos anos, basta ver a lei 12.086/09! Não há dúvida que tenha sido um erro do jornal!
Uma pena a maioria dos cursos previstos para esse ano, no CTEsp, ainda não terem sido iniciados e muitos terem sido cancelados.
Infelizmente nossa Lei de número 12.086/09 preocupou-se apenas com o imediatismo. O único foco foram as promoções. Não focamos em um processo a longo prazo. Não observarmos as necessidades da sociedade, teria sido bem melhor para todos nós. Essa lei não aumentou nosso efetivo como deveria. Hoje precisaríamos de uma previsão de vagas de aproximadamente 26 mil homens para atender as necessidades vindouras. Isso não foi feito. Repetimos apenas a receita de redistribuição de vagas internas, ao fazer isso, criamos um grande obstáculo para a contratação de pessoal, pois reduzimos a quantidade de vagas para ingresso.
Espero que achem uma alternativa viável, em breve, para não pagarmos um alto preço no futuro. Nós praças mais novos de polícia já pagamos, pois se estivessem aumentando o efetivo novas vagas surgiriam, assim como ocorreu no Bombeiro, e teríamos sido promovido.
Temos que criar novas unidades com urgência, o Batalhão da Cidade Estrutural deve ser uma prioridade, mas de onde virá esse efetivo?  Não há dúvida que iremos “descobrir os pés para cobrir a cabeça!”
A reportagem ainda discorre sobre a situação da Polícia Civil, Defesa Civil e Detran, esse último foi o único a ter uma autoridade afirmando que “o órgão não se considera preparado para enfrentar grandes ações.” É possível que até a Copa somente esse órgão esteja preparado. A sabedoria diz: “só sei que nada sei”. Esse é segredo para o progresso!
O segredo para atingirmos a eficiência, a eficácia e a efetividade nas ações de policiamento poderia ser resumido na “expressão matemática”:
PLANEJAMENTO + PROFISSIONALIZAÇÃO DO PROCESSO + INVESTIMENTO NA BASE = MUDANÇA CULTURAL

Não há como impedirmos que os criminosos produzam resultados, aumentando assim os índices de criminalidade. A única forma de vencê-los é sendo mais eficientes em nossas próprias ações e ocupando espaços (espalhamento territorial), caso contrário, eles o farão.