É interessante observar os últimos acontecimentos em nossa Corporação e ver em que paradigma (visão de mundo) ainda estamos presos. Evoluímos muito nos últimos anos, mas recentemente temos regredido bastante. É perceptível um endurecimento e uma falta de diálogo, fato comum em “estados” autoritários.
Em minhas aulas de CHEFIA E LIDERANÇA explico aos meus alunos os conceitos de LÍDER FORMAL (Legitimado pelo Cargo) e LÍDER INFORMAL (Aquele que possui características que o legitimam junto aos liderados), discuto também sobre a Escola Tradicional da Administração, adotada pela Escola Superior de Guerra, forjada em temos de “chumbo”. Tal escola defende a ideia de que o COMANDANTE é um CONDUTOR DE TROPAS (Chefe Militar) e um CONDUTOR DE HOMENS (Líder Militar). O comandante é o “representante” legítimo da instituição, pois está legitimado pelo cargo. Não podendo de forma algum ser contrariado ou confrontado. Cabe a ele conduzir os “destinos” da “tropa”. Ele tem uma visão do todo, ou seja, uma visão periférica, enquanto a “tropa” enxerga apenas aquilo que está a sua frente. Ou aquilo que lhe é permitido ver…

O conceito acima torna-se bem mais interessante quando se discute também a escola positivista e a escola jusnaturalista, no campo do direito. Fico imaginando um comando que adote a visão da escola superior de guerra, aliada ao positivismo. Na escola “positivista” vale apenas o que está escrito. Um conceito interessante é o de justiça, adotado por esta escola: “Justiça é dar a cada um aquilo que lhe é merecido.” Compreendendo tais conceitos talvez facilite nossa compreensão sobre os últimos acontecimentos.
Compreender o conceito de liderança é importante para utilizá-lo em tempos de caos. A liderança em tempos de estabilidade é algo dispensável. Em época de tranquilidade, os bons administradores realizam os projetos dos problemas com segurança, porque as mudanças são lentas. Em momentos de turbulência, precisamos de pessoas de grande visão e capazes de criar sinergia entre as forças do grupo para que todos se unam em torno de um objetivo comum.
Os caos é um terreno maravilhoso para quem crescer. Do caos podem nascer as grandes conquistas. Na mitologia grega, Caos era o deus da nova ordem, era quem transformava a desordem num novo sistema, mais coerente…até o próximo ataque. Do encontro entre Caos e Afrodite, deusa do Amor e da Fertilidade, nasceu Eros, o deus do Amor.

Assim como na mitologia, esse movimento transformador gerado pelo Caos traz em seu âmago uma nova ordem que se impõe. Afrodite veio preencher o vazio do Caos e, junto com ele, formar uma nova ordem. Mais tarde, Eros se casa com Psiquê e gera uma filha, Volúpia, também chamada de Prazer, que representa a possibilidade de desfrutar de toda mudança que se engendrou. Todo momento caótico traz em si o nascimento da criatividade. Quando desfrutamos dessa nova ordem, construímos a possibilidade de amar e de ter muito sucesso em nossa carreira e empreendimento.

Talvez, neste exato momento, sua vida esteja um absoluto caos,  com tudo o que você planejou indo por água abaixo. Sem dúvida, não é o tipo de situação que se procura. Mas quero lhe dizer que,  com uma boa dose de paciência, outra boa dose de disponibilidade para mudar e uma grande capacidade de recomeçar, daqui a algum tempo sua vida vai estar muito melhor. E não se esqueça de uma dose de bom humor também. Como dizem os alemães: se você estiver passando por um grande problema, olhe bem para ele e dê uma boa gargalhada, porque, quando no futuro lembrar dele, vai sentir vontade de rir. Para que esperar tanto tempo para rir dessa situação? Aproveite e dê uma risada neste momento. Tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador…
Lembre-se: o caos é o melhor terreno para mudanças profundas. Os líderes sabem disso e se aproveitam desse tipo de situação para dar grandes saltos na vida!
Trechos do livro: Liderança para fazer acontecer – Faltam líderes no mercado. Você se candidata? – José Luiz Tejon. (Com adaptações).