Ações de limpeza urbana realizadas pelo GDF Presente nestes três dias antes do feriadão têm deixado alguns pontos do Distrito Federal com outra cara. E, o que é melhor ainda, mais seguro também, já que o foco da atividade é o de prevenir contra o mosquito da dengue. Do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e do Cruzeiro, por exemplo, foram retiradas mais de 70 toneladas de entulhos.
A operação, realizada na manhã desta quarta-feira (13) na cidade pioneira, ocorreu ao lado do Centro de Ensino Médio Integrado e contou com a mobilização de cinco homens, dois caminhões caçamba, além de uma retroescavadeira. Cerca de 50 toneladas de lixo foram recolhidas na região administrativa.
“Estamos correndo contra o tempo e agilizando o trabalho de limpeza nessas duas cidades para evitar o acúmulo de lixo e não atrair mosquitos”, explica o coordenador do Polo Central do GDF Presente, Carlos Alberto Alves.
“Esse serviço de limpeza está previsto dentro do plano de combate à dengue do colégio, da administração e da Vigilância Ambiental. Deve ser feito continuamente para evitar problemas com a dengue”, observa o diretor do Centro de Ensino Médio Integrado do Cruzeiro, Humbertânio Hilário.
Na segunda-feira (11), a retirada de entulhos, inservíveis e lixo verde, como galhas e folhas, ocorreu atrás das sedes da Polícia Civil e do Centro de Progressão Penitenciária (CPP) do SIA. O trabalho de limpeza na região também foi estendido para o Setor de Chácaras da cidade, somando 24 toneladas de lixo recolhido.
Ao todo, dez homens trabalharam no local ao longo de todo o dia e máquinas como uma retroescavadeira, além de dois caminhões caçamba trucados e um toco, com um eixo traseiro apenas, participaram da operação.
“Muito importante esse trabalho de limpeza feito pelo governo nas áreas urbanas”, agradece Maria de Jesus Serejo, há 22 anos líder comunitária do local. “Uma pena que muitos moradores não se conscientizaram do problema e continuam jogando lixo na região”, critica.
Crime contra o patrimônio
Na área central de Brasília, os trabalhos de limpeza foram contra outro inimigo, a poluição visual, que tomou conta do centro da capital com cartazes espalhados por toda a Rodoviária do Plano Piloto. A sujeira foi motivada por manifestações realizadas nos últimos dias na cidade.
Um grupo de 15 homens da administração da rodoviária, do Serviço de Limpeza Urbana, do GDF Presente e da Polícia Militar do DF (PMDF) participaram da força-tarefa realizada na manhã desta terça-feira (12).
A equipe do Polo Central 3 do GDF Presente tem realizado operação similar em outros locais da cidade, como os viadutos Camargo Corrêa, próximo ao Balão do Aeroporto; e os localizados no fim do Eixão Sul e próximo ao Conic.
“São atitudes de vandalismo que trazem muito desgaste ao governo, porque temos que mobilizar vários efetivos”, comenta o coordenador do Polo Central 3 do GDF Presente, Alexandrino César. “Sem falar do transtorno para gente que não tem nada a ver, como os motoristas e pedestres”, ele acrescenta.
Os prédios e edifícios que compõem o Conjunto Urbanístico de Brasília são tombados em três instâncias: Governo Federal, Livro do Tombo Histórico do GDF e pela Unesco. Sujar, pichar ou destruir esses espaços constitui crime.
“Lamentáveis essas ações que estão acontecendo não apenas na rodoviária, mas em outros pontos do DF”, queixa-se o administrador da Rodoviária do Plano Piloto, Josué Martins. “Pedimos compreensão, as pessoas devem buscar seus diretos, mas sem incomodar os outros”, avalia.
A vendedora de cosméticos Priscila dos Santos Reis, 35 anos, concorda com o gestor do GDF. Para ela, o protesto é uma reivindicação democrática de todos, desde que realizada de forma ordeira. “Não pode virar baderna e plotar a cidade inteira com cartazes. Deixar a cidade feia é desrespeitoso”, protesta.