Uma Praça do Relógio acessível a todos. Esse é o principal foco da reurbanização que será feita no ponto histórico mais icônico de Taguatinga. O espaço vai ganhar piso novo e um número maior de rampas de acesso. A fonte, o espelho d’água e os canteiros também serão reformados. O projeto está sob responsabilidade da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e complementa a construção do túnel da cidade.
O diretor de Espaço Público e Qualificação Urbana da Seduh, Clécio Rezende, conta que as pedras portuguesas da praça vão dar lugar a um piso de concreto moldado in loco. O pavimento tem poucas irregularidades e permite fácil manutenção – mais segurança para os portadores de necessidades especiais.
“Vamos reaproveitar as pedras portuguesas nos locais de permanência, ou seja, nos espaços que ficam na sombra e oferecem mesas e bancos”, explica Rezende. “Ao longo do percurso de deslocamento, que leva à estação de metrô e aos pontos de ônibus, o piso será podotátil.”
Quem depende de uma bengala para caminhar comemora a retirada das pedras da praça. Com a locomoção comprometida por uma artrose, o aposentado João Batista, 58 anos, teme os pisos irregulares. “Tenho que redobrar o cuidado, andar com os olhos no chão. Quem anda de cadeira de rodas ou empurra um carrinho de bebê também sofre”, conta. “A reforma do piso vai ajudar bastante.”
Mais conforto para a comunidade
Os canteiros da praça também vão passar por reformas. Todos serão contornados por uma mureta com 45 cm de altura, que poderá ser usada como banco. Alguns pontos receberão encostos para aumentar o conforto. Finalizada a fase de projeto da Praça do Relógio, a Secretaria de Obras fará uma estimativa orçamentária e começará o processo licitatório.
O relógio que dá nome à praça foi um presente do japonês Eiichi Yamada, então presidente da fabricante de relógios Citizen Watch, que veio a Brasília quando a cidade tinha dez anos
O administrador de Taguatinga, Ezequias Pereiras, está ansioso pelo início da reforma. “É um pedido antigo da população”, comenta. “Antigamente, não tínhamos muitos moradores no centro da cidade. Essa realidade mudou e a comunidade quer frequentar um espaço mais bonito e agradável.”
Para a aposentada Sandra Ladeira (67), a renovação da fonte da Praça do Relógio será o ponto alto da obra. “Lembro de quando eu passeava em volta do chafariz, era muito bonito”, recorda. “Vamos voltar a aproveitar esse ponto tão tradicional da nossa cidade.”
A história do relógio
Brasília tinha apenas dez anos quando recebeu a visita de Eiichi Yamada, então presidente da fabricante de relógios Citizen Watch. Encantado com os traços modernos da cidade, o japonês prometeu uma criação exclusiva da sua empresa para a capital.
O presente – o relógio com quatro lados, envolvido por estrutura de concreto quadrada com 15 metros de altura – não pôde ficar no Plano Piloto. De tão grandioso, feria o plano urbanístico de Brasília.
O monumento precisou ser transferido para a Praça Central de Taguatinga, que passou a se chamar Praça do Relógio. Em 18 de setembro de 1989, a obra foi tombada como patrimônio cultural e artístico do Distrito Federal.