A nova Pesquisa de Opinião (dez/2025) trouxe um dado incontornável para o debate político do Distrito Federal: José Roberto Arruda é, de longe, o candidato mais rejeitado pela população, atingindo 53% de rejeição múltipla — o dobro de sua principal concorrente, Celina Leão (27%). Nenhum outro nome chega perto do desgaste que ele carrega. O eleitor brasiliense está enviando um recado direto: o passado não foi esquecido e o risco não compensa.

Essa rejeição massiva não surge do nada. Ela reflete décadas de episódios que marcaram negativamente a história política do DF. Renúncia, escândalos, prisões, delações, vídeos, operações policiais — tudo isso formou um passivo que não se apaga com marketing. O eleitor lembra. O eleitor compara. E quando olha para o futuro, não aceita repetir o passado que tanto feriu a imagem da capital do país.

Mas o ponto mais sensível da candidatura de Arruda não é apenas o histórico — é sua vulnerabilidade jurídica permanente. Mesmo tendo recuperado direitos políticos, todos sabem que sua situação continua cercada de incertezas e riscos. Uma eleição de Arruda abriria caminho para instabilidade, judicialização, disputas que podem parar nos tribunais e comprometer a governabilidade logo nos primeiros meses. A Pesquisa reforça a percepção de que o DF não quer, e não pode, passar por esse trauma novamente.

Enquanto outros candidatos miram crescimento e ampliam diálogo com segmentos estratégicos, Arruda disputa contra um teto eleitoral que ele próprio construiu — um teto duro, pesado e marcado por desconfiança. Com 53% de rejeição, a maior de todas, ele entra na eleição carregando o maior fardo político da disputa. E esse fardo não é uma invenção da oposição: é a leitura clara e objetiva da população registrada na pesquisa.

Arruda tenta se reposicionar, mas o eleitor não está disposto a apostar o futuro do DF num projeto que carrega tanta instabilidade, tantos riscos e tantas páginas mal resolvidas. Eleições são escolhas de futuro — e o futuro que Arruda representa, para mais da metade da população, simplesmente não é u