Um relato de um amigo:
Cheguei ao espaço próximo ao Museu Nacional e a Biblioteca por volta das 16h. Vários policiais estavam por lá aguardando ordens para o início do policiamento. Vi vários brasileiros preparando faixas, cartazes, deixando seus veículos próximos ao local (em razão da presença policial) etc. Várias pessoas passavam por mim, me cumprimentavam, diziam que o ato era por todos nós, me perguntavam como e por onde ir para o local do ato, bom, havia cordialidade entre aquelas pessoas e a força policial. Motivo: somente havia no local os nossos cidadãos brasileiros. O ato teve seu início e a polícia militar acompanhou a passeata, tudo isso sem confronto. Minha missão era evitar a passagem da manifestação pela via N1, de forma a impedir o acesso à Praça dos 3 poderes e ao próprio Palácio do Planalto. Logo no início recebemos a pressão da massa ao longo da via N1, mas com o policiamento reforçado, motivado, disciplinado e focado no seu dever para com Estado Democrático de Direito, o ato de ultrapassar o isolamento foi frustado. O que vi foi pessoas mascaradas afrontando a força policial. Quem mostrava o rosto mostrava faixas e cartazes, gritava palavras de ordem, mas respeitava a presença policial. Conseguiram chamar a atenção da imprensa (formada de opinião pública) e retornaram para o local principal, em frente ao Congresso Nacional. Das 16h até as 00h eu vi o ato em frente ao Congresso Nacional. Vários cidadãos brasileiros vinham em nossa direção para informar que torcedores de certo time do DF e pessoas do movimento Punk estavam com mochilas carregando artefatos pirotécnicos para enfrentarem a força policial. A pequena parcela de infratores foi responsável pelo que todos viram acontecer pela TV. Quem pagou o preço? Nós, policiais militares, os cidadãos brasileiros e o nosso patrimônio. Como lidar com isso? Enquanto os cidadãos brasileiros não adotarem uma postura diante desses vândalos, como por exemplo, isolar esses grupos na manifestações, seja se afastando deles, seja sentando, para que a força policial identifique a atue cirurgicamente evitando generalizar suas ações e prejudicar de alguma forma o ato, nós veremos as cenas de violência se repetir. Sou policial militar sim, há 20 anos, participei de vários atos públicos na esplanda dos ministérios e digo a todos, nós policiais militares, somos cidadãos brasileiros, não concordamos com as várias irregularidades que existem em nosso país, acreditamos que o Brasil precisa mudar sim, mas fizemos um juramento solene em defesa da nossa sociedade. Nós não fecharemos nosso olhos para os diversos crimes praticados e estaremos lá prontos para cumprir nosso dever, seja proteger nossos cidadãos e nosso patrimônio público, ou enfrentar e prender criminosos anônimos, ou simplesmente, impedir o acesso a áreas de segurança nacional. De tudo isso que vi ressalto algo de bom, a ausência de bandeiras políticas no ato, o que para mim é um senhor recado a quem ai está vestindo o manto político se dizendo ser nossos representantes. A maior manifestação ao meu ver ocorrerá nas próximas eleições. Momento certo e adequando para se mostrar o que significa ser brasileiro cidadão e responsável pelo destino do nosso país. Brasileiro, cidadão, mantenha ao lado da sua polícia, ela não é sua inimiga, ela é sua proteção. Vândalo, bandido, criminoso, seu dia chegará e a resposta do Estado será a altura dos seus atos. Parabéns a minha tropa de choque! Esse momento apesar de ser difícil e penoso para a Unidade, também é um importante recado ao todos, pois “NÓS, HOMENS DE CHOQUE” somos o fiel da balança diante desse atentado contra o regime democrático de direito. Por hora é só. CHOQUE!!
Autor: MAJ Renato PAIM – PMDF