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O CETV desta quarta-feira (23) mostrou imagens feitas durante a instrução de alunos que vão se tornar policiais militares do Ronda do Quarteirão. Nas imagens, denúncia de situações constrangedoras e até desumanas. Durante o curso, os alunos são obrigados a beber água em vasilhas usadas por cachorros da Polícia Militar, e recebem choques durante a demonstração de uma arma utilizada pela polícia. Os jovens eram obrigados a ficar ajoelhados no chão enquanto recebiam a sessão de tortura. Concurso Os alunos que aparecem nas imagens foram aprovados na primeira fase do concurso para policiais militares realizado pela Universidade Estadual do Ceará – UECE. O curso de formação é a última etapa do processo de seleção e ainda pode eliminar o candidato. Agora, diante da denúncia, a comissão organizadora do concurso vai avaliar as imagens, juntamente com a Secretaria de Segurança Pública para então tomar as devidas providências. Os instrutores do curso são todos militares e nas imagens aparecem fardados.
Fonte: http://tvverdesmares.com.br/cetv2aedicao/policiais-torturados-em-treinamento/
Textos complementares:
http://aderivaldo23.wordpress.com/2010/05/13/armas-nao-letais-taser-m26/
http://aderivaldo23.wordpress.com/2010/06/17/semana-zero-no-curso-de-formacao/
monografia-aderivaldo-final-revisada
Alunos do Curso de Formação de Soldados torturados no Ceará! Até quando?
As cenas abaixo nos remetem a campos de concentração da 2ª Guerra ou aos anos de ditadura militar no Brasil. Não consigo entender uma força policial que forma seus policiais dessa maneira.
A profissionalização das polícias pelo mundo foi iniciada há duzentos anos, mas ainda vemos fatos como esse. O pior é saber que cenas como essas não são isoladas. Elas fazem parte da regra em nosso país e não da exceção. Mataram o discurso da polícia cidadã!! Mataram o discurso dos direitos humanos (que serve para coibir os excessos do Estado, por meio de seus agentes)!
Fico imaginando como esses policiais irão tratar o cidadão (na linguagem policial o paisano folgado)!! O ser humano reproduz o que aprendeu. Não é atoa que esse tipo de curso é chamado de ADESTRAMENTO!!
O despreparo de agentes policiais, devido à formação deficitária proporcionada pelo Estado, transforma aqueles que deveriam ser protetores da população em “vilões fardados”. Ou seja, que se utilizam da força contra aqueles que não têm como se defender, gerando insatisfação da população e uma disputa de poder entre policiais e bandidos que se reflete na sociedade que deveria ser protegida.
Os policiais que atuam em nosso país tiveram sua formação no auge da ditadura militar, principalmente os agentes militares. A maioria desses policiais hoje ocupa cargos de chefia e comando, o que faz com que o pensamento da época seja disseminando e perpetuado nas polícias. A experiência policial nos mostra que o uso da força excessiva e a indução por meio de provas ilícitas ainda são uma realidade. A inteligência policial insiste em controlar os movimentos sociais infiltrando agentes nesse meio, como faziam nos tempos de ditadura, e a falta de controle externo das polícias aumenta a impunidade. Vários são os conflitos existentes nas corporações. (CARDOSO, 2009:5)
* Utilizou-se o termo “vilões fardados” apenas utilizando uma forma do senso comum de ver e identificar os policiais sejam militares ou civis (estes, ainda que não fardados).
A segurança pública tem sido dominada pelos militares do exército desde seus primórdios. Os limites impostos de modo exacerbado aos praças, que muitas vezes são tratados como jovens recrutas do exército, obrigados a servir a pátria, e não como profissionais de segurança pública, concursados, geram um estresse que será refletido na sociedade de várias maneiras. Os mais visíveis são: a violência policial, a falta de estímulo profissional e a formação deficitária. Eles refletem um militarismo arraigado, que limita cabos e soldados à condição de meros elementos de execução, o que faz com que muitos policiais não busquem o aperfeiçoamento necessário à carreira, gerando graves problemas na execução dos serviços de segurança pública.(CARDOSO, 2009:14)
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