A integração entre as forças de segurança e poderes das esferas federal e estadual concretizou nesta segunda-feira (9/11) nova ofensiva para neutralizar a cadeia de comando do crime no Rio Grande do Sul. Sob coordenação do programa RS Seguro, as Secretarias da Segurança Pública (SSP) e da Administração Penitenciária (Seapen) deflagraram a Operação Império da Lei II, que transferiu nove detentos de altíssima periculosidade e com posição de liderança nas principais organizações criminais gaúchas para penitenciárias federais fora do Estado. 

Com a participação de 490 agentes e o emprego de 70 viaturas e uma aeronave, a ação dá continuidade à primeira etapa da Império da Lei, que em março enviou 18 líderes de grupos criminosos para estabelecimentos do Sistema Penitenciário Federal (SPF). Entre os nove encaminhados agora, seis já eram alvo da fase anterior, mas haviam tido os pedidos de transferência negados.

Conforme forte esquema de segurança, montado com agentes de todas as instituições, os detentos foram retirados da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC) e da Penitenciária Modulada Estadual de Charqueadas (PMEC) em comboio único de viaturas, por volta das 4h, e levados até o Batalhão de Aviação da BM (BAV-BM), ao lado do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na Capital. No local, embarcaram em avião da Polícia Federal com destino às penitenciárias federais onde serão mantidos sem nenhum contato com outros presos.

 Vice-governador e secretário da Segurança Pública do Estado, o Delegado Ranolfo Vieira Júnior referiu-se a essa importante ação conjunta como o “Estado contra o crime”, em mais um passo para seguir em busca de baixar ainda mais os números de delitos. “Temos conseguido manter os indicadores em queda, mas dois terços dos homicídios são decorrentes de disputas de organizações criminosas. Enquanto isso persistir, nós vamos seguir com essa postura de não admitir e vamos transferir”, ressaltou. 

 Presente na ofensiva, a Brigada Militar ficou responsável por todo o trabalho de segurança, garantindo a proteção desde a retirada dos presos das casas prisionais até o momento de seus embarques para presídios federais. Para isso, juntamente com a intervenção de tropas terrestres, um helicóptero com imageador térmico – que permitiu o monitoramento dos comboios, mesmo que a noite – foi utilizado. A aeronave acompanhou todo o percurso e, em tempo real, transmitia as imagens para o Batalhão de Aviação da Brigada Militar. 

Além disso, a Corporação está reforçando o policiamento em várias cidades do Estado, visando evitar qualquer tipo de represália por parte das facções que tiveram seus integrantes transferidos. “A gente trabalha muito com a questão da inteligência policial e da pronta resposta. Na medida em que houve em outubro um pequeno aumento de homicídios, a reação foi imediata no sentido de reprimirmos esse tipo de crime que é o homicídio, na manutenção e continuação da queda desses indicadores de criminalidade. Então, é primordial que a gente mantenha, obviamente que junto com as outras instituições, esse decréscimo em todos os crimes”, frisou o Comandante-Geral da Brigada Militar, Coronel Rodrigo Mohr Picon. 

 A Império da Lei II teve participação de 15 instituições estaduais e federais. Pelo RS, além da SSP e da Seapen, atuaram Brigada Militar (BM), Polícia Civil (PC), Instituto-Geral de Perícias (IGP), Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), Ministério Público e Poder Judiciário. Pela União, além do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), somaram-se esforços da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

 

Edição: Guilherme Maia/PM5