Ontem fui agraciado com um convite maravilhoso. Meu amigo (CB OLIVEIRA FILHO), instrutor e multiplicador do curso de polícia comunitária, deu-me a honra de ministrar, juntamente com ele, uma aula para o Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS, que está sendo realizado na Universidade Católica de Brasília – UCB.
Tive a oportunidade de fazer parte de um momento histórico na Polícia Militar, que já está ocorrendo há algum tempo, mas é diferente quando se presencia.
Fui testemunha da FUSÃO de duas gerações de policiais. Fiquei emocionado diante da contemplação. Muitos podem ainda não entender o que eu vi, mas foi uma visão linda. A verdadeira “desmilitarização cultural”. Naquele lugar havia respeito, disciplina, hierarquia, camaradagem, admiração uns pelos outros e muito mais.
Havia o “verdadeiro” espírito militar, aquele do ensinamento, da troca de experiências, do cuidado pelo próximo…
Policiais, amigos, com mais de vinte cinco anos de serviço em uma Universidade, alguns tristes por estarem vendo no fim da carreira o que sonharam por quase trinta anos, muito diferente do CFAP que conheci há dez anos.
Vários sargentos, um cabo e um soldado. Todos PENSANDO Polícia Militar, segurança pública, nossos problemas! Todos tentando se conhecer como instituição e como parte da solução!
Aprendi muito com esses homens. Aprendi a valorizar o meu presente, pois é uma dádiva de Deus, resultado do sofrimento daqueles que chegaram antes de mim!
Tive a oportunidade de “desconstruir” conceitos para reconstruir. A maior dificuldade foi mostrar que AÇÃO DE POLICIAMENTO é diferente da FILOSOFIA DE POLICIAMENTO.
Começei afirmando que todo problema tem uma solução e que precisamos, apenas, descobrir qual a solução para ELES.
Afirmei que você confia em quem você conhece e os desafiei perguntando se a comunidade conhece a polícia e o serviço que eles prestaram durante todo esse tempo!
Instiguei-os a pensar lançando algumas perguntas:
A POLÍCIA SERVE PARA MOBILIZAR OU IMOBILIZAR A SOCIEDADE?
Qual o papel da polícia na atualidade?
Discorremos sobre o surgimento da polícia e a sua subserviência a elite e a quebra desse paradigma no Estado Democrático de Direito.
De onde viemos, para onde vamos?
Percebi que existe uma confusão latente na mente deles entre os conceitos de modelo de policiamento e modelo administrativo da polícia.
Explicamos que o modelo de policiamento está ligado ao modelo preventivo e repressivo e que o modelo administrativo está ligado a ser civil e ser militar. Achei muito produtivo!
Encerrei falando sobre as fases do modelo preventivo (comunitário) – minha visão.
1ª Fase – Disseminação da FILOSOFIA DE POLICIAMENTO COMUNITÁRIO – O conjunto de conceitos e pré-conceitos sobre o assunto – debate de idéias – (NAMORO);
2ª Fase – Estudo do MÉTODO ( NOIVADO) – Está diretamente ligado a:
2.1 – Mobilização;
2.2 – Planejamento;
2.3 – Solução do Problema.
3ª Fase – Ação de Policiamento – Meio utilizado para resolver o problema – Poderíamos dizer a grosso modo que seria a “política pública” adotada para solucionar o problema apresentado de maneira macro. (CASAMENTO) É mutável, mas deve-se investir até o último minuto, só se deve separar em último caso.
Foi mais ou menos dessa forma que reconstruí o conceito de POLÍCIA COMUNITÁRIA na cabeça daqueles que viveram na prática os “ERROS” do passado e devido ao sofrimento estão tendo resistência a essa FILOSOFIA!
Encontro de gerações!
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