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Um dos desafios dos grupos políticos para eleição de 2014 é construir uma chapa competitiva. Não se ganha eleição para governador apenas com a cabeça de chapa. É preciso compor. Aglutinar e buscar nomes para agregar votos ou tempo de tv. Se o nome vier com os dois, melhor ainda.
Nessa eleição a chapa terá três vagas: governador, vice e um senador. Em 2010, eram duas para o Senado, o que torna mais fácil as composições. Com espaço menor, é preciso habilidade, apresentar perspectiva de poder e criatividade para atrair o maior número de partidos. …
A eleição é dividida entre protagonistas e figurantes. Hoje, apenas três colocam a cabeça de fora para disputar o Palácio do Buriti. O próprio governador Agnelo Queiroz (PT), óbvio; o senador Rodrigo Rollemberg (PSB); e, o terceiro colocado nas últimas eleições, Antônio Carlos de Andrade, o Toninho do PSol.
Mas a lista de postulantes ao GDF é extensa. Nela estão os deputados federais José Antônio Reguffe (PDT), Luiz Pitiman (PMDB, ainda), Izalci Lucas (PSDB), as deputadas distritais Liliane Roriz (PSD) e Eliana Pedrosa (PSD), os ex-deputados federais Jofran Frejat (PR) e Alberto Fraga (DEM) e o ex-governador José Roberto Arruda (sem partido).
Arruda ainda terá que superar as barreiras judiciais. Ele não esconde que sua disposição é ser candidato novamente ao governo do DF. Quer ser julgado pelas urnas. Se for eleito, vai declarar que o povo o inocentou das acusações. O discurso não é novo. O ex-presidente Lula recorreu muito a esse argumento torto.
Fala-se muito numa improvável candidatura do ex-governador Joaquim Roriz (sem partido). A estratégia é animar a militância rorizista, enquanto cacifa o nome de Liliane. Essa, sim, será candidata a uma vaga numa chapa majoritária. Se decolar, vai para o Buriti. Do contrário é a vice dos sonhos de muita gente.
Para o Senado, Gim Argello (PTB) tenta se viabilizar para renovar o mandato. Para conseguir isso, vai ter que limpar o caminho. É apenas uma vaga para vários candidatos bons de voto. Seus principais adversários são Reguffe, o deputado federal Geraldo Magela (PT) e o deputado distrital Chico Leite (PT).
Magela reaparece forte na disputa para o Senado. As últimas mexidas no tabuleiro político deram um alento a sua candidatura. Ele deixou recentemente a Secretaria de Habitação do GDF, onde fazia um bom trabalho, para cumprir uma missão a pedido do governador Agnelo.
Também é um dos articuladores da reeleição do presidente nacional do PT, Rui Falcão, ganhando a simpatia para o seu projeto local. Coincidência ou não, depois disso começou a andar ao lado de Agnelo. Até em inauguração de terminal rodoviário no Setor O ele está presente.
O PT quer a vaga ao Senado. Ainda não digeriu as saídas de Rodrigo e de Cristovam Buarque (PDT) da base aliada. Os dois foram eleitos na chapa de Agnelo. Hoje são oposição. O partido não quer cometer o mesmo erro em 2014. O Senado é um colegiado pequeno onde cada voto é importante.
Magela pode até abrir mão da vaga para Chico Leite. Para isso, teria a garantia de que seria o candidato ao Buriti em 2018. É uma costura difícil pela distância de tempo. Enquanto isso, Leite trabalha para se viabilizar. Ele tem apoio da base do PT. Os caciques é que o veem como uma ameaça. Chico Leite não tem vida fácil no PT.
Outro nome que sempre está na roda é a do vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). Fechado com Agnelo para repetir a chapa no próximo ano, ele também é citado pela oposição para disputar contra o governador. Parece mais intriga. O destino de Filippelli não deve mudar em 2014.
Os nomes estão aí. Alguns aparecem como opção para mais de uma vaga na chapa. O futuro governador de Brasília sairá desta lista. Vence quem conseguir a melhor composição. Os bastidores estão agitados. Todo mundo conversa com todo mundo.
O mais prudente, nesse momento, é não acreditar em ninguém. Muitos vão pular de uma barco para o outro com facilidade. Basta aparecerem as primeiras pesquisas eleitorais. Quem tiver a melhor perspectiva de poder leva os insatisfeitos e traidores de plantão.
 

Fonte: Blog do Callado – 11/05/2013